segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Arte e Moda 1, por Tatiana Lunardi

Estudando no Centro Universitário Maria Antonia

Estar no prédio Maria Antonia me faz realmente sentir uma diferença: grandes halls circundados por elegantes escadas de mármores já gastas pelo tempo, estreitos corredores, algumas passagens “meio que secretas”, um elevador tenebroso, que às vezes me remete a várias lembranças históricas importantes, não posso negar, mas a mais interessante delas é estar em constante contato com as obras expostas, vivendo assim em uma galeria de arte. Dos cinco artistas expostos no momento, dois em especial me chamaram a atenção: a instalação “O inconsciente mecânico” de Otavio Schipper e “Apreensões” do fotografo Bob Wolfenson.

Bem, a instalação “O inconsciente mecânico”, composta por mesas, telégrafos, um telefone preto e caixas de som, que, em compassos, vai entoando sons que marcam a nossa mente (até demais rsrsrs). Lendo um pouquinho, vemos que a proposta do artista é investigar e mostrar um diálogo entre os objetos e momentos de silêncio, alternando sons mecânicos e da tecnologia contemporânea, que, como apresenta o curador Paulo Venâncio Filho “... mas esses ruídos também são o barulho infernal daquilo que se chama progresso, que dá vida e ao mesmo tempo aniquila.”.



                                                                                                                  Inconsciente mecânico, 2010
                                                                                                                  instalação sonora (detalhe)
                                                                                                                  160,0 x 80,0 x 80,0 cm

Acostuma a ler sobre moda, e principalmente a moda relacionada a arte, e vice-versa, atravéns de blogs, artigos de revistas etc, acompanho alguns trabalhos do fotógrafo Bob Wolfenson, em revistas nacionais e estrangeiras, sempre com um olhar criativo, ao mesmo tempo em que cria a atmosfera em torno do edital, fazendo-nos entrar no mundo clicado com veracidade. Para a minha surpresa e oportunidade, pude estar em contanto com as obras da mostra Apreensões, onde, através de imensas fotografias utilizando uma técnica chamada varredura, podemos sentir e ver a mesma veracidade atmosférica criada em suas obras, mas num tom humano, diferente de tudo o que eu conhecia sobre o seu trabalho.
Nessas grandes reproduções, temos a oportunidade de ver apreensões de produtos contrabandeados ao lado de animais silvestres em gaiolas desumanas, imensas toras de madeira que parecem sangram ao som e ao toque das muitas serras elétricas, e aquilo que vemos todos os dias, nos jornais e noticiários de tv - armamentos e munições, drogas, dinheiros vivo, celulares - já banais aos nosso olhos, porém num instante, vendo a grandeza da imagem, paramos para pensar no importante assunto. A série foi composta por imagens feitas em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, com as apreensões feitas pela Polícia e pelo Ibama, num trabalho artístico que remete a natureza-morta.
série Apreensões, 2010
                                                                         fotografia
                                                                         147 x 120 cm

         










Edital Primavera/Verão 2011 - SAN FRANCISCO
Le Lis Blanc
Making Off - Trabalho do artista

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